Chega ao fim mais uma edição da Copa do Mundo de Futebol. Uma Copa, que, certamente entrará para a história. A começar pela final inédita entre dois times que jamais tinham conquistado a taça. A Espanha consagrou-se como melhor time, seguindo as previsões iniciais. Mostrou ao mundo que não se ganha uma Copa pela quantidade de estrelas em campo, mas sim por meio da união e coesão da equipe. O Brasil mais uma vez deixou a desejar. Talvez por ter esquecido essa importante lição do futebol. Tínhamos Kaká, Robinho, Luiz Fabiano. Mas faltou entrosamento entre eles. Tínhamos estrelas, mas não tínhamos time. E o resultado foi a desclassificação antecipada. Mas futebol é isso. Um dia a gente ganha, no outro perde. É como na vida, não dá para ganhar todas. Apesar disso, posso dizer, sem dúvida nenhuma, que essa Copa, ficará marcada na minha memória. O motivo óbvio é por ter sido minha primeira Copa do Mundo em loco. O outro por ter participado dessa bonita história dos africanos, que sediaram, com orgulho, a primeira Copa do Mundo em seu continente. Tiveram pequenas falhas, claro. Mas nenhuma que tirasse o brilho desse mundial. A alegria e receptividade do povo africano fizeram a diferença. Além disso, nessa Copa, um povo tão marcado pela segregação, se uniu. Brancos, negros, mestiços e amarelos se juntaram num único sonho: mostrar ao mundo que a África do Sul é linda. E conseguiram! Só aqueles que não quiseram, não perceberam os encantos dessa terra. No país do apartheid a discriminação racial ainda é grande, mas a tolerância começa a dar seus ares por aqui. Não foram poucas as ocasiões em que vimos sul-africanos lado a lado, torcendo para times opostos. E mais, alguns torciam para os dois times, ou seja, que vencesse o melhor. A foto escolhida para encerrar o esse ciclo do Blog é uma prova disso. Uma criança sul-africana na final da Copa, com as bandeiras dos dois times pintadas no rosto. Uma prova de que o que vale é a festa, o que importa é competir e não ganhar. Nada melhor que uma criança como símbolo da esperança de que os povos aprendam a se respeitar mais. Quem sabe não vai ser o futebol a ensinar para esse povo tão segregado que, apesar de termos gostos, preferências e times diferentes, no fim, somos todos iguais. Despeço-me da Copa agradecendo o apoio de todos, da família, dos amigos, conhecidos e desconhecidos. Foi um prazer dividir com vocês parte dessa experiência incrível de cobrir a Copa do Mundo de Futebol, aqui direto da África do Sul. Agora vou aproveitar minhas últimas semanas de África para descansar, desfrutar um pouco dos encantos dessa terra maravilhosa. Minhas merecida férias começam hoje. A primeira ideia era de encerrar o Blog, já que foi criado em função da Copa. Mas, atendendo a pedidos, como da minha querida amiga Regina Rozenbaum, grande incentivadora, talvez continue a escrever. Ainda não sei ao certo os temas, mas quem sabe falar um pouco sobre minhas outras e próximas viagens. Ou ainda, discutir asuntos que vierem à cabeça e, por que não, ao coração... Vou pensar sobre o assunto e, claro, se decidir mesmo continuar, reformularei o Blog. Portanto, mais uma vez, meu muito obrigado e quem sabe, um até breve!
terça-feira, 13 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Festa espanhola na África
Dia de final de Copa do Mundo no país da Copa! Logo cedo comecei a pensar nessa informação e escolher um local em que pudesse viver esse clima de final da Copa da melhor maneira possível. Tudo bem que o fato de o Brasil não estar lá muda tudo. Se estivesse, certamente eu teria meu lugar certo, não precisaria nem pensar. Estaria lá no estádio. Mas como nem tudo são flores e infelizmente não foi dessa vez que eu pude ver de perto o meu país sendo campeão, me restava eleger um time e um local para esse grande dia do futebol mundial. A seleção não foi difícil escolher: Espanha, claro. Além da simpatia e afinidade maior com o povo espanhol, não dava para torcer pro time que tirou o Brasil, não é mesmo? Eu pelo menos não conseguiria. Enfim, feita a escolha do time, hora de escolher um local na Cidade do Cabo, onde pudesse sentir de perto a emoção da torcida. A escolha também não foi difícil: Fifa Fan Fest. É lá que se reuniria quase 30 mil pessoas, de nacionalidades distintas, para assistir a essa final história da primeira Copa realizada em continente africano. E ainda entre duas seleções que jamais tinham conquistado o título de campeãs. Escolhas feitas, parti para meu destino. Às 18h, horário local, o espaço já estava lotado. Mesmo ainda faltando 2h30 para o início da partida, os portões já estavam fechados. O jeito foi recorrer à velha e boa carteirada. Com jeitinho, mostrei a carteira de jornalista, disse que precisava registrar esse momento histórico e, consegui! Não foi fácil, mas deu certo. Ao entrar, tive a certeza que estava no local certo. A atmosfera era de festa, a torcida se dividia entre o laranja e o vermelho. Mas tudo em clima pra lá de amistoso. Torcedores da Espanha e da Holanda conviviam harmoniosamente e tentavam mostrar qual era a torcida mais animada. A disputa, assim como dentro do campo, foi acirrada. Ao longo dos 90 minutos regulares muita festa, tensão, alegria, apreensão. O tão esperado golzinho teve que ficar para os acréscimos. Foi difícil, suado, mas quando finalmente veio, foi muito comemorado. Espanhóis e simpatizantes foram à loucura. Pareciam não acreditar que a Espanha estava ali a poucos minutos de conquistar pela primeira vez a Copa do Mundo de Futebol. E merecidamente, é bom que se diga. Os minutos que se seguiram após o gol foram de muita ansiedade por parte dos dois lados. Do lado da Espanha, torcedores olhavam no relógio ávidos para ver o fim do jogo. Já no lado da Holanda, a esperança permaneceu acesa até os últimos instantes. Não deu. Essa era a Copa da Espanha. Viva a Espanha, campeã da Copa da África! Viva o futebol e a Copa do Mundo! Que, infelizmente, chega ao fim hoje. Que venha 2014!
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